- “Vou fazer 106 no dia 28 de Maio”.
A pele é branca e lisa. É muito vaidosa, bem disposta e vivida.
- “Passeava muito, muito, em Lisboa. Vi óperas, museus. Os meus maridos explicavam-me tudo”.
Teve uma vida amorosa diversificada e com luxos.“Fui casada duas vezes”, conta-nos ela; e não se ficou pelos amores da sua terra, Évora.
Assim que foi viver para a residência, D. Dores, arranjou um namorado. Voltou a sentir o amor.
- “Era o Humberto, era meu companheiro da mesa, comíamos sempre os dois, gostava muito dele, partia a comida para ele porque ele não conseguia, e eu dava-lhe, era a minha companha" .
D. Dores não deixou herdeiros e também não se consegue lembrar o que fazia para nunca os ter tido. Diz-se pelos corredores que por ser uma mulher muito avançada para a época mandava vir pílulas da América. Uma versão que a própria contou quando estava mais lúcida.
- "Apesar de brincar muito com o meu marido, nunca tive filhos”, mas segundo D.Dores “não tinha de os ter”. “Queria era passear e experimentar os vestidos que o meu marido, que era alfaiate, me fazia”.
A vida digna de uma verdadeira rainha não ficava por aqui.
- “Não trabalhava, nem o serviço da minha casa fazia! Tinha uma mulher para me fazer o serviço todas as semanas”.
Na residência todos sabem que adora cantar. E eu testei-lhe o potencial. A idade já não permitia grandes afinações mas pareceu-me que em tempos podia ter sido um talento promissor.
D.Dores viveu sempre ao ritmo do amor. Um marido aqui, outro acolá e até na última fase da sua vida um namorado que foi à sua frente.
Do seu trono fica a lembrança dos amores que lhe preencheram a vida.
- “Fui muito estimada pelos meus maridos, eram santos homens!”.
- “Passeava muito, muito, em Lisboa. Vi óperas, museus. Os meus maridos explicavam-me tudo”.
Teve uma vida amorosa diversificada e com luxos.“Fui casada duas vezes”, conta-nos ela; e não se ficou pelos amores da sua terra, Évora.
Assim que foi viver para a residência, D. Dores, arranjou um namorado. Voltou a sentir o amor.
- “Era o Humberto, era meu companheiro da mesa, comíamos sempre os dois, gostava muito dele, partia a comida para ele porque ele não conseguia, e eu dava-lhe, era a minha companha" .
D. Dores não deixou herdeiros e também não se consegue lembrar o que fazia para nunca os ter tido. Diz-se pelos corredores que por ser uma mulher muito avançada para a época mandava vir pílulas da América. Uma versão que a própria contou quando estava mais lúcida.
- "Apesar de brincar muito com o meu marido, nunca tive filhos”, mas segundo D.Dores “não tinha de os ter”. “Queria era passear e experimentar os vestidos que o meu marido, que era alfaiate, me fazia”.
A vida digna de uma verdadeira rainha não ficava por aqui.
- “Não trabalhava, nem o serviço da minha casa fazia! Tinha uma mulher para me fazer o serviço todas as semanas”.
Na residência todos sabem que adora cantar. E eu testei-lhe o potencial. A idade já não permitia grandes afinações mas pareceu-me que em tempos podia ter sido um talento promissor.
D.Dores viveu sempre ao ritmo do amor. Um marido aqui, outro acolá e até na última fase da sua vida um namorado que foi à sua frente.
Do seu trono fica a lembrança dos amores que lhe preencheram a vida.
- “Fui muito estimada pelos meus maridos, eram santos homens!”.
* Soube hoje que a D. Dores já faleceu.
** Excertos da nossa conversa em 2007.
4 comentários:
Que texto e história bonita Maggie :)
Acredito que vais dar uma boa repórter ou jornalista.. essa sensibilidade que a muitos lhe falta..
Um besito*
gostei também, simples, sensível e coloquial! Minha linda jornalista!
Gostei...
D. Dores deve ter sido uma pessoa muito feliz... ou então foi a forma como escreveste que assim me fez crer!!!
beijo
Confesso que me derreti com a frase "Fui muito estimada pelos meus maridos, eram santos homens!"
Acho que desses já não se fazem!
Bonita história!
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