19.11.08

O que a internet tem de bom, mas essencialmente, o que tem de mau.

Quando tinha oito inocentes anos comecei a trocar correspondência com diferentes pessoas do nosso país, lembrei-me. Descobri o meu primeiro correspondente numa velha revista, por sinal muito pedagógica, que se chamava "o amiguinho". Foi o primeiro passo de uma viagem que prometia ser muito divertida. Dois anos depois já fazia troca de correspondência a nível internacional. A C. uma grande amiga, mais velha, disse-me que a mãe a tinha inscrito numa companhia de pen friends. Eu achei aquilo de tal modo curioso e aliciante que decidi com inglês ainda meio torto inscrever-me. O processo todo, desde o preencher um papel até serem distribuídas pessoas para trocar cartas, por si só, é muito engraçado e recordo-me que todos os dias fazíamos procissão até à minha caixa de correio na esperança de que por lá pairasse uma carta cor-de rosa. A carta com nomes e moradas. Pensávamos que a espera ia ser muito mais prolongada. A C. falava-me em meses, mas demorou apenas quinze dias.
A partir daí foi dar à tinta, à língua, e ir à descoberta de muitas pessoas espalhadas pelo mundo mas com interesses comuns aos meus. O tempo foi passando e com o desenvolvimento da internet, deixamos de trocar cartas. Deixou de fazer sentido. Se temos as respostas à velocidade da luz, se podemos falar todos os dias sem esperar que a caixa do correio esteja invadida então porquê continuar? A magia das cartas desapareceu e com ela foram-se todos os meus pen friends.
Isto era o que eu pensava até ao dia em que me lembrei que seria interessante recuperá-los, continuar essa aventura de descobrir os outros. Comecei por vasculhar todas as cartas que tenho (uma gaveta enorme), uma a uma. De Portugal a França, do México à Inglaterra, do Brasil à Suécia, era ver nomes, histórias e segredos. Encontrei!. É a primeira correspondente com msn, com email. Uma das melhores. Aquela "melhor" amiga das cartas (sem nunca nos conhecermos),depois veio o fotógrafo, depois a médica, e agora a menina-mulher do México, que me parece ser uma belíssima bailarina.
E agora vou escrever um postalito de natal e com sorte daqui a uns tempos estou a falar de uma brasileira, aquela que sambava com o sorriso.
Vou tentar juntá-los a todos numa fotografia para vos apresentar.
Até já.

5 comentários:

Joana disse...

... fizeste-me lembrar algumas amigas que eu tive assim de escrita, mas elas eram todas portuguesas... e sim, também guardo as cartas todas!

Ana Garcia disse...

Ai que saudades que eu tenho das minhas pen friends da Itália!
Assino por baixo deste post, era tão emocionante chegar na caixa do correio e ter uma cartinha...:)

_+*Ælitis*+_ disse...

Que experiencia mais bonita a tua... digna de ter facebook (que hoje detesto, mas para essas coisas de reencontros, recomendo!)

Beijo meu ♥,

A Elite

Anónimo disse...

quem me dera ter vivido uma infância e/ou adolescencia na "tua epoca". bem que eu gostava de ter uns "pens friends"..
espero que continues a ligar-te aos teus.
um beijinho, bom jantar, e um até já!

Laidita disse...

Foi assim que dei umas voltinhas pelo mundo, sem sair do meu cantinho! :)

 

blogger templates | Make Money Online