10.3.11
Guess who's back?
Não vou dizer que estive muito ocupada (não sendo mentira, não serve de desculpa) e nem sequer que senti a falta deste espaço mas o contrário também não aconteceu.
Não consigo desfazer-me do aqui há conversa mesmo que não me identifique com algumas das coisas que escrevi no principio, mesmo que não me reconheça na maneira de escrever, mesmo que algumas fotografias e imagens tenham desaparecido e ele esteja assim a modos que despido, nú e crú, real.
Ainda me consegue arrancar um sorriso, despertar saudades, memórias, confidências. E é principalmente por isso que um ano depois volto aqui, mais capaz e com vontade (assim o espero) para retomar a escrita, com mais histórias para contar.
O último ano absorveu muito de mim, quis saboreá-lo, reflectir sobre ele. Há muitas personagens, situações para partilhar e assim sendo (não querendo correr o risco de adormecerem com este discurso saudoso) vemos-nos em breve, no sítio do costume.
Sem borrachas, sem filtros, tal e qual como a vida é.
10.3.10
Os holandeses e o trabalho I
São desorganizados. Não têm sentido prático nenhum (é demasiado português). Arrisco a dizer-me que são um pouco "limitados". Tudo o vai além do conhecimento deles é muito complicado e difícil. A curiosidade também é alheia ao seu mundo particular. Se perguntar a algum português como é a cidade de Coimbra (para não serem as mais óbvias) há sempre alguém que nos sabe dizer qualquer coisa. Se perguntarem a um holandês sobre uma cidade vizinha ou do resto do país, ele vai responder: "pergunta a tal pessoa porque eu moro em Amesterdão". Defendem-se dizendo que "Amesterdão já é um mundo" mas a realidade é que sabem pouco sobre a cidade e surpreendem-se quando percebem que quem não é de cá já a conhece melhor que eles próprios. Desinteressados, não acham?
Nessa bolha em que vivem há algo que não deixam escapar. Atrasos. Ficam escandalizados mesmo nos 10 minutos de tolerância.
14.2.10
4.2.10
O negro do Saxofone
O Club era amplo, escuro mas muito movimentado. As luzes incidiam sobre uma plataforma com vários músicos ao vivo, djs e duas vozes femininas que trocavam palavreado embaladas pela mistura entre o jazz, soul, hip hop, funk, house e drum & bass. A proposta dos Wicked Jazz Sounds era simples :dançar com um sorriso. Subimos ao primeiro andar, o corpo já mexia, o som, começava a fluir.
Alto, pele cor de chocolate e da ponta dos cabelos até aos olhos tudo era negro. O típico saxofonista que podia ser americano mas é, provavelmente, holandês. Os dedos compridos deslizavam por cada um dos 26 orifícios e contagiavam os meus ouvidos. Fecho os olhos. O som aproxima-se. A sonoridade era como uma atracção fatal à qual não conseguia resistir. Ele estava ali, eu sentia cada um dos seus sopros. Embebido na música, sereno, de olhos adormecidos e apaixonados. Uma jovem mulher observa a sua chegada, aproxima-se, posiciona-se com um olhar atraente e interessado e pergunta-lhe qualquer coisa, Segue-se um último sopro de olhar fixo sobre a jovem mulher e uma pausa com Whisky e cigarros para sorrir. Ao longe, a música abafa a conversa dos dois. Flirt com cena de cinema à mistura.
No ar fica a sedução. Os meus olhos, semi-abertos, ainda estavam absorvidos pelo som das notas. Encantaram-se ao sabor da música que se fazia. Ele despede-se, sorri, volta, para junto de nós, com o saxofone ao peito, cada vez mais perto de nós. Abro os olhos, lá estava ele.
1.2.10
19.1.10
Ano Novo, Vida Nova.
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida se há vida em ti a latejar"
António Variações.
* Este ano decidi fazer jus a esse famoso cliché e é por isso que daqui a poucos dias estarei a escrever-vos dos países baixos.